A gente sabe que os filmes originais da Netflix em geral seguem uma receita daquelas programadas para fazer sucesso. Parece que estão seguindo, na verdade, uma receita de bolo, rsrs. Então, confesso que fico bem surpresa quando vejo um filme tão diferente como Clonaram Tyrone. O filme tem diversos problemas, mas pelo menos é algo bem diferente do normal feito pela Netflix.
A história acompanha uma série de eventos aleatórios e coincidências sinistras que, por obra do acaso, acabam colocando um trio improvável no rastro de uma conspiração nefasta organizada pelo governo norte-americano. Fontaine (John Boyega), Yo-Yo (Teyonah Parris) e Slick Charles (Jamie Foxx) entram nessa aventura cada vez mais misteriosa. E os três serão forçados a se unir para solucionar a situação – que é bem maior do que eles poderiam imaginar – e tentar sair ilesos.
O que achei?
Tentei pegar a sinopse mais genérica possível para não entregar nenhum spoiler da história. O filme se alterna entre filme de ação, comédia, drama, e principalmente faz uma grande homenagem ao gênero do blaxploitation, que foi muito popular nos anos 70. Tanto que os figurinos e boa parte da cenografia refletem muito bem essa época. Entretanto a época não é bem definida, já que todos tem celulares, por exemplo. Parece que na verdade tudo se passa em “um lugar além da imaginação”.
É claro que a história é um tanto confusa. Personagens muito parecidos aparecem e desaparecem – há momentos em que você não sabe mais quem é quem. E o final é ainda mais confuso, rsrs. Mas, descontando isso, é interessante se deixar levar pelo clima da história sem buscar grandes lógicas. Tem até uma aparição surpresa muito divertida de uma ator bem conhecido (#semspoilers). Mas quem é a “grande luz” do filme é Jamie Foxx. Ele está divertidíssimo, num papel que normalmente imaginaríamos com Eddie Murphy. Talvez seja seu melhor momento pós- Oscar por Ray. Mas também não posso deixar de elogiar Teyonah Harris. Confesso que ela não chamou muito minha atenção em WandaVision (em breve também estará em As Marvels). Mas aqui ela está sensacional e deliciosamente exagerada.
É provável que você nem goste muito de Clonaram Tyrone, mas não pode deixar de elogiar a sua proposta muito bem feita de ser diferente.
