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Por que todo mundo está falando de Nuovo Olimpo, da Netflix?

Vários amigos vieram me indicar o filme Nuovo Olimpo, da Netflix. Me disseram que era lindo, romântico, e que ainda se passava em vários locais da Itália que eu tinha visitado – e adorado! Além disso, há várias referências ao cinema. Mas ainda não consegui assistir. Só que meu amigo José Augusto Paulo viu e escreveu a crítica abaixo. Fiquei ainda com mais vontade de ver!

Nuovo Olimpo

Há muitos anos, um professor me disse que cinema era comunicação. Assim, havia uma mensagem no que assistíamos para ser decodificada, compreendida e passada a outros. Mas era também arte e, dessa forma, afetaria nossas emoções em formas mais profundas do que uma simples mensagem. Isso me veio à mente ao assistir Novo Olimpo, o novo filme de Ferzan Özpetek. Este vem nos trazendo mensagens e emoções em filmes elegantes e bem dirigidos há anos ( Hamam – o Banho Turco, Um Amor Quase Perfeito, A Janela da Frente, O Primeiro que Disse). E Nuovo Olimpo, seu novo filme, confirma essa tendência e a enaltece.

O enredo conta como Enea, um estudante de cinema (Damiano Gavino), encontra casualmente Pietro, estudante de medicina (Andrea di Luigi). Depois este o segue até o cinema Nuovo Olimpo, onde passam filmes clássicos italianos. Enquanto isso, nos corredores laterais, homens buscam encontros e sexo casual. Ambos decidem se encontrar em outro lugar. Já que uma amiga tem uma casa que pertenceu a avó, eles passam algumas horas. Marcam de se reencontrar no dia seguinte, só que um evento os separa. Por isso, eles passam anos e décadas sem se ver.

Ao contarmos assim, a história pareceria já ter sido contada muitas e muitas vezes. Só que ainda não a havia assistido com a sutileza, calma, beleza e classe como Ferzan o fez. Esqueça o filme italiano médio em que, um roteiro assim, permitiria exageros, muito drama, discussões sem fim. Nuovo Olimpo não tem nada disso, mas tem diálogos com palavras certeiras e que assistimos como se estivéssemos no cinema : imóveis, calados, a absorver tudo e não dizer nada. Mas foram nas horas após assistir o filme que cenas, diálogos, momentos rodavam em minha mente. E também questionamentos e busca de várias respostas porque é um filme que faz um rebuliço em nossas emoções sem notarmos.

A história se baseia em fatos reais. Ferzan estudou cinema em Roma no final dos anos 70 – sempre foi e continua apaixonado pela arte. Escolhe cenas de filmes clássicos e recria todo o ambiente de uma antigo cinema de forma detalhista e bela. A trilha sonora é algo de alta qualidade, com músicas da época do encontro inicial (1978) em uma variedade de idiomas e estilos. A fotografia é aveludada, por vezes aquele escurinho do cinema, e por vezes Roma, a distância, como uma grande cena, em cores outonais. Bons, jovens atores transmitem bem o passar do tempo a viver com o elo perdido.

A opinião

Deveria ser um filme para todos. Afinal, muitos de nós entendemos o que é conhecer uma pessoa, sentir todas as possibilidades que poderiam vir a ser realidade e ter o Destino a nos colocar em caminhos diversos. Mas ele baseia a história em dois homens e nos ambientes em que seus encontros seriam possíveis e usa bem da sensualidade e erotismo em algumas cenas. Com isso, os mais sensíveis talvez desistam assistir o filme até o fim. Mesmo com essas cenas, como as outras, serem feitas de uma forma respeitosa, elegante, honesta, sem apelação.

Há uma cena final, quando começam a aparecer os créditos, que eleva ainda mais a qualidade do filme e justifica porque Madonna chamou Ferzan Özpetek de ‘gênio’. Uma cena simples, bem imaginada, cheia de detalhes que parecem responder a tantas questões.

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