Eu já tive a oportunidade de entrevistar o diretor Darren Aronofsky, quando ele esteve por aqui para lançar o seu controverso Mãe (veja aqui). E vi seus filmes mais importantes, como A Baleia, Réquiem por um Sonho, O Lutador, Cisne Negro. Junto com Mãe, são todos pesadíssimos. Então fiquei realmente surpresa com Ladrões, seu filme mais recente, e que estreia esta semana nos cinemas. O filme é bom, tem um gatinho maravilhoso, além do Austin Butler (rs). Mas está mais para Tarantino e Guy Ritchie, rsrs. Vale ver!
Ladrões acompanha a jornada pela sobrevivência de Hank Thompson (Austin Butler). Outrora ele foi uma promissora estrela do esporte no ensino médio, mas agora não pode mais jogar. Ele trabalha como barman em Nova York, tem uma namorada incrível (Zoe Kravitz) e aparentemente seu time do coração é o favorito a ganhar o título dessa temporada. Tudo parece bem, mas isso muda quando seu vizinho Russ (Matt Smith) pede para ele cuidar de seu gato por uns dias. De repente, Hank se vê envolvido no meio de uma trama que envolve uma chave procurada por um grupo bizarro de bandidos: mafiosos russos, policiais perversos, assassinos de aluguel e irmãos psicopatas. Sem entender o motivo pelo qual está sendo procurado e atacado, Hank vai precisar usar sua inteligência para sair vivo desse cerco que cada vez mais se fecha contra ele.
O que achei?
Pois é, o filme não parece nada com um filme de Darren Aronofsky. É cheio de ação, violência, e bem diferente dos filmes mais profundos do diretor. Tem até um certo humor, além do drama pessoal da história de Hank. O filme se baseia no livro de Charlie Huston, que também foi o responsável pelo roteiro. A história se passa nos anos 90, apesentando uma Nova York mais suja, e sem celulares, o que trabalha a favor da história. Há uma certa inspiração clara em Depois de Horas, de Martin Scorsese. Isso é mais entregue ainda com a participação de Griffin Dunne, ator de Depois de Horas, praticamente irreconhecível, como o dono do bar onde Hank trabalha.
Mesmo com alguns lugares-comuns (o jovem atleta promissor que decaiu depois, os mafiosos russos), o filme tem um roteiro gostoso, com várias reviravoltas. E Hank também é um personagem diferente, super bonzinho, que até liga pra mãe no meio da confusão (espere a cena pós-créditos pra saber quem é ela, rsrs). E o grande triunfo do filme é justamente a presença de Austin Butler como Hank. Ele já tinha demonstrado que era capaz em Elvis, e aqui só confirma que realmente não é um ator de um único papel. O roteiro mostra as várias camadas de Hank, e ainda um corpo perfeito (lindoooo). Ele vai ser um grande astro sim!
O resto do elenco
O resto do elenco também é bom. Zoe Kravitz está menos azeda do que na maioria de seus papéis anteriores. Matt Smith deve ter se divertido horrores como o amigos punk. É muito bom Regina King de volta como a policial. E confesso que demorei muito tempo para reconhecer Liev Schreiber e Vincent D’Onofrio como os bandidos judeus, e também Carol Kane numa participação muito especial e muito divertida como a mãe judia. Também quase não reconheci Tenoch Huerta, o Namor de Pantera Negra: Wakanda para Sempre (ele aparece na última sequência no bar). Até o Bad Bunny entrou na história, rsrs.
Bud
Só que ninguém brilha mais, rsrs, do que o gatinho Bud, que é feito pelo conhecido Tonic, que fez Cemitério Maldito. Ele participa da ação todo o tempo, e é sensacional (até na parte em que atua com sua patinha machucada). Tanto Hank como o público não esquece dele em momento algum. É uma grande atração de um filme divertido, gostoso de ver, e que você espera até o último minuto para saber como Hank vai conseguir se safar de todo o problema.
