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Cinema

Uma nova chance para amar, um dos últimos filmes de Robin Williams, chega aos cinemas

Assisti esse filme numa sessão para imprensa exatamente uma semana antes da morte de Robin Williams. Foi uma experiência estranha. Não só porque a morte e a falta da pessoa amada são pontos centrais na história. Mas porque Robin, além de não ser o ator principal, tem uma interpretação muito contida e triste. Ele já havia feito dramas antes mas achei que aqui ele estava especialmente bem, como alguém que parece imerso na saudade e no vazio. Os acontecimentos posteriores, com seu suicídio, só vieram reforçar a sensação que tive ao lembrar de sua atuação e do filme.

Mas é bom deixar claro. Uma Nova Chance para Amar, que estreia este fim de semana nos cinemas, é muito bom, bonito e comovente. Tem excelentes interpretações de todo o elenco. Vale conhecer, mas não num dia que você esteja deprimido, é bom avisar.  Afinal o filme já começa com uma tragédia, quando o marido de Nikki (Annette Benning), Garrett (Ed Harris), morre afogado durante as férias. Cinco anos se passam e ela continua a não conseguir seguir em frente. Mesmo com o evidente interesse de seu vizinho, Roger (Robin Williams). Tudo muda quando ele vê um homem igual ao falecido marido (novamente Ed Harris).

O diretor   faz com que você se sinta presente no meio dessa relação um tanto doentia. Há um momento que você acaba em dúvida se Tom existe mesmo ou é apenas fruto da imaginação de Nikki. Mas com este personagem, Annette Benning tem a melhor interpretação de sua carreira. Mesmo com algumas situações onde facilmente sua atuação poderia descambar para a loucura (tão comum em papéis passados da atriz), ela consegue passar dor e desespero que acabam comovendo muito mais. Como Tom/Garrett, Ed Harris volta a um personagem romântico. E como ele é bom nisso ainda aos 64 anos! Pena que fez tão poucos deles na sua carreira!

Achei o final um pouco abrupto, que me deixou querendo uma cena a mais para mostrar melhor o destino destes personagens tão interessantes. Mas nada que atrapalhe minha opinião que este foi um dos filmes mais românticos e tristes que vi este ano.

Eliane Munhoz

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