Há vários filmes disponíveis que contam histórias sobre pessoas idosas que resolvem começar uma nova vida, mesmo quando a maioria não espera isso deles. É só lembrar de Nossas Noites, ou da série Grace and Frankie, ambos com Jane Fonda, e disponíveis na Netflix. Mas há muito outros. Meu amigo José Augusto Paulo assistiu Reaprendendo a Amar, estrelado por Blythe Danner (mãe de Gwyneth Paltrow), que foi exibido em Sundance. O filme também está na Netflix. E ele gostou – veja a crítica:
Reaprendendo a Amar
Depois de uns dias agitados no trabalho e de tentar assistir alguns filmes que receberam muitos prémios (mas me deixaram na dúvida de como e porque dado que não mereceram nem o tempo de assisti-los) sai pelas listagens no streaming. A ideia era a busca de um filme ‘fácil’, ‘calmo e tranquilo’, sem pedir muito dos neurónios, mas com alguma qualidade. E eis que vejo Blythe Danner no anúncio de Reaprendendo a Amar. Me lembrei que sempre gosto dos trabalhos dela, e assim a escolha estava feita. O filme é bom, fácil de assistir, tem um ritmo tranquilo. Mas no seu realismo trouxe surpresas, bom senso e fez pensar.
Seria simplista demais descrever a história de Reaprendendo a Amar como uma viúva que, ao perder seu cachorro, por uma razão ou outra, começa a mudar sua vida e volta a querer namorar. Lido assim mais parece sinopse de filme da Sessão da Tarde, certo? Só que esse filme é mais do que isso. Porém, já alerto que o filme não dá muita informação sobre os personagens, mas fornece o essencial. Carol (Blythe Danner) é a viúva aposentada, que já teve carreira de cantora e depois se tornou professora. Ela tem uma vida com certas rotinas (jogar cartas com três amigas, jogar golfe com algumas delas). Carol não parece nem feliz nem infeliz (embora apareça a beber uma quantidade considerável). O marido faleceu há muitos anos.
Um pouco da história
Quando o cão que lhe fazia companhia morre também ela parece que se tornará mais isolada. Só que, de repente, inicia uma amizade com o jovem Lloyd (Martin Starr ) que limpa sua piscina, e por insistência das amigas, tenta speed-dating, etc. Se parece que o filme se tornara previsível já alerto que não o será. Sim, uns encontros acidentais com Bill (Sam Elliott) levam a troca de números de telefone e um dia de passeio juntos, com jantar, etc. Depois a filha dela (Malin Akerman) vem visitá-la. Mas não vai terminar como se espera. Não devo contar mais para não estragar as surpresas. Mas, acredite: vale a pena assistir até o fim. Traz algumas questões, especialmente para quem já passou de uma certa idade.
E ainda…
Me dizem que o roteiro foi escrito em duas semanas e o filme foi rodado em 18 dias. Incrível porque que o ritmo é calmo e tranquilo e os diálogos tem boa profundidade. Brett Haley, que já fez outros trabalhos com Sam Elliott, escreveu a história e dirigiu o filme. A atuação do elenco é boa, a fotografia simples, mas bem feita, assim como a produção que é de bom gosto e cuidadosa. Não é uma superprodução e nem vai causar nenhuma montanha-russa emocional, mas assisti-lo faz bem. É como se por vezes conhecêssemos Carol pessoalmente, ou ainda nos encontrássemos em alguns aspectos dos personagens. Talvez seja um daqueles filmes para se assistir com amigas e amigos, e que dá um bom papo após seu fim.