Judi Dench é uma daquelas atrizes que garantem bons filmes. Teve 8 indicações para o Oscar (a última por Belfast), e ganhou uma vez por Shakespeare Apaixonado. Ela é a estrela do drama Seis Minutos para a Meia-Noite, que está no Telecine/ Globoplay. Meu amigo José Augusto Paulo, que também é fã de Miss Dench, assistiu ao filme, e recomendou. Veja a crítica dele a seguir.
Seis Minutos para a Meia-Noite
Quando procuro um filme para assistir no streaming, às vezes decido baseado em um determinado ator ou diretor. Sim, às vezes estes participam em produções menos interessantes do que as outras em sua carreira. Mas, com certos nomes, geralmente temos garantia de uma boa diversão. Este foi o caso quando notei que Dame Judi Dench estava em Seis Minutos para a Meia Noite, lançado em 2021.
O roteiro assinado por Eddie Izzard (que também atua no filme), Celyn Jones e Andy Goddard (diretor do filme) nos leva ao verão de 1939 a . Especificamente a uma escola para meninas próxima a Bexhill-on-Sea, Inglaterra, naqueles últimos dias antes da declaração de guerra a Alemanha. Mas há mais nessa história para complicá-la. Embora a escola seja no Reino Unido, as alunas são todas alemãs, assim como uma das professoras. O filme se baseia em fatos reais já que a escola existiu entre 1932 e 1939. Famílias influentes alemãs enviaram suas meninas para que aprendessem inglês, e tivessem contato com a cultura e sociedade local, sob um programa de amizade entre os dois países.
Eddie Izzard (que sempre acho melhor como ator do que como comediante) interpreta Thomas Miller, espião britânico que chega à escola dirigida por Miss Rocholl (Dame Judi Dench) para ser o novo professor de inglês. Isso porque o governo suspeita não somente de que a escola esteja sendo usada como forma de espionagem e propaganda como também se preocupa com as garotas. O novo professor consegue logo perceber que um certo fanatismo nazista já está presente. Também descobre as conexões com membros da sociedade, assim como um plano de retirar as garotas do pais em um voo clandestino.
A crítica
Mais eu não poderia dizer para não dar spoiler, mas o suspense é bom (pensei, ao ver o filme, que Hitchcock, se fosse vivo, se interessaria pelo projeto), as atuações impecáveis, e a produção cuidadosa nos mínimos detalhes. Embora a história se passe no litoral da Inglaterra, foi filmada em Llandudno, um resort na costa norte do Pais de Gales que ainda mantém mais das casas da época do que a atual Bexhill.
Um outro detalhe fica por conta da participação de Izzard no roteiro. Me parece que a ideia tenha sido dele dado que ele tem conexões pessoais com Bexhill e talvez lá tenha escutado falar sobre a Escola Augusta-Victoria. A mãe de Izzard faleceu de câncer quando ele tinha seis anos de idade. Para se distraírem naqueles últimos meses com a mãe doente, ele e o irmão começaram a construir um grande set de trem elétrico, que anos depois foi doado ao museu municipal de Bexhill aonde ainda está. No final do filme, vemos fotografias originais da escola e das estudantes, mas ficamos sem saber que destino elas tiveram durante e após a guerra.