Quando Tudo é Justo, nova série de Ryan Murphy, foi lançada no Disney Plus foi um acontecimento. Isso porque teve uma nota péssima no Rotten Tomatoes, a crítica num quase uníssono falou horrores ( menos eu – veja a crítica aqui). Por outro lado, o público compareceu em peso. Teve uma das maiores audiências da história do Disney Plus, e logo foi renovada para uma segunda temporada. Agora toda a primeira já está disponível, mas devo dizer que os dois últimos episódios me decepcionaram bastante, com um exagero fora de controle até mesmo para os padrões de Ryan Murphy.

Para quem não conhece, a série mostra o dia a dia de advogadas de uma firma mega bem-sucedida. Elas deixaram um escritório masculino , e enfrentam casos de divórcio explosivos, segredos escandalosos e desafios pessoais. Assim elas mudam a regra do jogo em um mundo onde dinheiro e amor são campos de batalha. Allura (Kim Kardashian), Liberty (Naomi Watts), Emerald (Niecy Nash) e Dina (Glenn Close) tem que enfrentar várias feras em seu dia a dia, mas nenhuma pior do que Carrington (Sarah Paulson). Esta quer se vingar de todas ela, que um dia a deixaram para trás.
O que achei?
Eu conheço bem o estilo exagerado, por vezes bem brega, de Ryan. Acompanhei Scream Queens. American Horror Story, Feud, Estética, The Politician, Pose e, claro, Glee, entre outras. Tendo isso tudo no meu currículo, rsrs, confesso que não fiquei decepcionada com boa parte de Tudo é Justo. É claro que tem muita coisa forçada (Kim Kardashian como atriz, por exemplo). Mas, no final, conhecendo e gostando do estilo Ryan Murphy, embarquei na história. Ryan obviamente usa sua ironia para contar essa história . As mulheres se vestem exageradamente, moram em casas absurdas, lidam com casos ridículos. E por isso mesmo é tão intrigante. Ryan brinca com o exagero (veja a cena em que Sarah Paulson se transforma num clone de Kim Kardashian, rsrs), como já fez em outras séries de seu passado.

É especialmente interessante que ele usa como astros convidados atores que já sofreram horrores sendo mal falados pelo público. É o caso de Elizabeth Berkley (de Showgirls, uma visível inspiração aqui, rsrs), Eddie Cibrian (um divórcio rumoroso), Jessica Simpson (teve um começo como uma estrela de reality de casamento). E tem mais, James Remar, Michael Nouri, Ed O’Neill. Eu gostei especialmente da mescla de “casos da semana” com os problemas pessoais de cada uma delas.

O problema é que nos dois últimos episódios essa mescla eficiente se perde. Tudo fica centrado na vilã extremamente cansativa de Sarah Paulson. É claro que Sarah é sempre ótima, mas a personagem se afunda demais na loucura, e seu diálogo rápidos e cortantes acabam cansando. Além disso, há algumas cenas pessoais dela com Chase (Matthew Noszka)que chegam à beira do insuportável.

E no final…
No elenco, Sarah e Glenn estão ótimas, como sempre. Niecy faz aquele personagem igual a todos que fez, Naomi quase não tem oportunidade. E Kim… bem ela é Kim Kardashian, rsrsrs. No fim, onde claramente Ryan já tinha em mente que a série seria renovada para uma segunda temporada. Isso porque o final de Tudo é Justo termina com um momento chocante e inesperado, que grita por uma resolução que só chegará na próxima temporada. O cliffhanger é bom, mas a forma como se chega nele me decepcionou. Entretanto, é claro que vou acompanhar a próxima temporada, mesmo coma algumas restrições na história.








































