Houve um tempo em que eu acompanhava muito as corridas de Fórmula 1, quando Senna e Piquet corriam – e ganhavam muito. Depois acabei desistindo. Hoje em dia, conheço poucos corredores. Mas isso não foi impedimento para gostar bastante de Fórmula 1 – o filme – que estreou enquanto eu estava viajando. Por isso, fui ontem a uma sessão normal do filme no cinema, e mesmo com seus mais de 150 minutos de duração, não senti o tempo passar. Acompanhei com gosto – e detalhe, Brad está muito lindo, rsrs. Há rumores de que o filme deverá estar bem presente na Temporada de Premiações.
O lendário piloto Sonny Hayes (Brad Pitt) abandonou a Fórmula 1 há muito tempo. Hoje participa das mais diversas corridas pelo prazer de participar. Um belo dia é convencido por um grande amigo do passado a voltar a correr para salvar a escuderia. Ao chegar lá entretanto, encontra Joshua Pearce (Damson Idris), o jovem novato piloto da escuderia fictícia ApexGP. E este tem dificuldades para aceitar Sonny. Disposto a todos os riscos, Sonny monta uma estratégia para fazer a equipe se tornar vitoriosa. Só que, para isso, ele precisará do apoio da comissão técnica e de pessoas influentes do esporte, mostrando que a corrida vai muito além das curvas dos autódromos.
O que achei?
Há vários filmes ótimos sobre corridas de carros, como Ferrari, Ford vs Ferrari, e o meu preferido, Rush: No Limite da Emoção. Fórmula 1 é produzido por Lewis Hamilton, com o aval da FIA e das 10 equipes. Segundo o produtor Jerry Bruckenheimer, ele conversou por eles por um ano para conseguir as aprovações necessárias. E vários deles faz participações especiais, interagindo e simplesmente passando na frente das câmeras (há vários que não conheço, mas imagino que sejam importantes, rsrs). A produção é de primeira linha, os momentos das corridas são sensacionais (mas ainda acho Rush mais emocionante). A Apple (produtora do filme) inclusive desenvolveu câmeras especiais, desenvolvidas pela Panavision, para os carros, que eram operadas por controle remoto. Ou seja, tecnicamente irrepreensível. O filme é dirigido por Joseph Krasinski, que prova que sabe filmar máquinas, já que fez Top Gun: Maverick anteriormente.
A história é uma variante daquela que a gente conhece de outros gêneros. O veterano chega chegando, e o jovem sente ciúmes/inveja, mas depois reconhece seu valor. Mas aqui a coisa funciona, mesmo com várias licenças poéticas, que a distanciam da realidade. É claro que Brad Pitt usa todo o seu charme e carisma (como ele ficou melhor como ator quando ficou mais velho). É impossível tirar os olhos dele. De seu jeito que não se importa com as coisas, e que está interessado na engenheira (vivida pela indicada ao Oscar Kerry Condon). Damson Idris, de Black Mirror e Enxame, funciona como o jovem piloto. Já Javier Bardem deve ter se divertido horrores fazendo o amigo, dono da escuderia. Os momentos de Javier e Brad estão entre os mais divertidos.
Simone Ashley
Mas claro que houve uma situação estranha nos bastidores de Fórmula 1. Simone Ashley, de Bridgerton, estava no elenco com um arco próprio. Dizem os rumores que ela teria uma ligação com o personagem de Damson Idris na história. Mas, acabou tendo o seu papel totalmente cortado (há uma cena de segundos dela sorrindo logo no início) . Segundo o diretor, isso teve que ser feito por causa da duração do filme. Mas eu não pude deixar de pensar que em outro filme de Brad Pitt, Guerra Mundial Z, em que ele era o produtor, o papel de Matthew Fox também foi cortado dessa maneira. Coincidência?