Quando a primeira temporada de The Buccaneers/ Os Bucaneiros estreou na Apple TV Plus, eu a coloquei entre as melhores séries do ano (crítica aqui). Uma produção rica, para quem gosta de romances históricos, um manifesto feminista sobre amizade, um romance gostoso (ou vários). Por isso mesmo, amei quando veio a notícia de renovação para uma segunda temporada. Ela está completa a partir de hoje também na Apple TV Plus. Teve alguns caminhos muito interessantes, outros nem tanto, mais cenas surpreendentes, com um tom de novela.
Essa temporada começa imediatamente após os acontecimentos da anterior, com o casamento de Nan e Theo.A mãe biológica de Nan aparece, e Patricia resolve se separar. Enquanto isso, Jinny e Guy vivema vida na Itália, fugindo do marido dela. Só que logo os segredos de cada uma das amigas bucaneiras acabam vindo à tona. E isso vai virar a vida delas de cabeça para baixo.
O que achei?
Eu nunca li a obra original de Edith Wharton, por isso não posso dizer o quanto a adaptação foi fiel. O certo é que essa segunda temporada passou a ser uma ideia totalmente original já que não há um segundo livro para adaptar. E os roteiristas resolveram que o tom light e divertido da primeira temporada, iria seguir um caminho bem mais dramático. Entre os probleminhas que senti foi uma união maior das amigas. Com Jinny longe a maior parte do tempo, e Nan ocupada com seus próprios problemas de duquesa, foram poucos os momentos de união. Também alguns personagens e situações ficaram relegadas a um segundo plano, caso do romance de Mabel e Honoria. E claro, achei a ligação fortíssima de Theo e Lizzie muito forçada.
Talvez seja porque nunca “comprei” muito o grande amor de Nan e Guy. Sempre achei Theo um personagem mais interessante, com maior química com Nan (além de obviamente muito mais bonito). Mas, o roteiro resolveu ir por outro caminho. Pena! Achei interessante o romance mais velho da duquesa-mãe com alguém de seu passado, Reede Robinson (feito por Greg Wise, marido de Emma Thompson). Houve outros interessante como o destino dos irmãos Marable, o julgamento do divórcio de Patricia, e até a participação (pequena) de Leighton Meester. Isso sem contar os valores de produção como figurino, fotografia, trilha sonora, direção de arte. Tudo lindo.
E como em todas as histórias de amor, é cheia de idas e vindas, palavras não ditas, atitudes bruscas. Gosto desse apelo novelesco. E no caso de The Buccaneers, o roteiro deixa uma porta escancarada para novos dramas. Uma possível terceira temporada terá irmão gêmeo desconhecido, gravidez escondida, se descobrirão quem foi o responsável pela notícia do jornal, e mais. A Apple ainda não renovou The Buccaneers, mas espero que seja só uma questão de tempo.