Saturday Night Live é um programa icônico da TV americana. São vários quadros de comédia, música e entretenimento. Tem mais de 50 anos de existência. Hollywood inteira quer ter a oportunidade de ser host do programa. Mas quando ele começou lá nos anos 70 num projeto especial de Lorne Michaels, ninguém imaginaria que isso poderia acontecer. A loucura do primeiro programa ao vivo é mostrada em Saturday Night: A Noite que Mudou a Comédia, disponível na HBO MAX. O filme tem uma linguagem semi-documental, mostrado em tempo real . Foi indicado a vários prêmios, inclusive o Critics Choice (elenco e filme de comédia) e Globo de Ouro (Ator em filme de comédia/musical – Gabriel LaBelle). Vale ver!
Às 23h30 da noite de 11 de Outubro de 1975, um grupo de jovens comediantes e roteiristas mudaram para sempre o curso da televisão e da cultura norte-americana. Saturday Night: A Noite que Mudou a Comédia acompanha os preparativos para a primeira transmissão ao vivo do programa de comédia e variedades mais famoso da televisão norte-americana. O longa se baseia na história real do que aconteceu por trás das câmeras e nos bastidores durante os 90 minutos que antecederam o primeiro episódio do Saturday Night Live. Com muito humor e caos, a equipe enfrenta as desconfianças e a desesperança de quem achou que colocar essa ideia maluca e revolucionária de pé nunca daria certo. Ao mesmo tempo, esbarram com os desafios e as dificuldades de manejar uma equipe técnica e criativa fora do comum e vanguardista.
O que achei?
Os anos 70 foram muito especiais. E o filme consegue transmitir a grande loucura que reinava especialmente entre os jovens artistas de Nova York. Isso inclui Chevy Chase, John Belushi, Dan Aykroyd, Billy Crystal, Gilda Radner, todos que virariam grandes nomes da comédia. É preciso ressaltar que Jason Reittman, o diretor/ roteirista, fez um trabalho de mestre especialmente com o elenco. Quem poderia imaginar Dylan O’Brien como Dan Aykroyd? E que isso ia funcionar? Todos os atores estão sensacionais, e nem é preciso que digam seus nomes para a gente adivinhar quem é quem.
Saturday Night foi filmado em 16mm para dar aquela cara meio arenosa e com cores diluídas, típica da fotografia dos filmes dos anos 70. Aliás, a reconstituição de época é uma perfeição. E o clima é de total loucura e caos. O ritmo da câmera é mais do que rápido ao acompanhar a jornada de Lorne Michaels acalmando investidores, enfrentando um executivo que não acredita nele (Willem Dafoe), e principalmente lidando com os talentos enlouquecidos.
Uma das melhores sequências são as que envolvem o comediante veterano o Mr. Television, Milton Berle (feito com primor por J.K. Simmons). Talvez para aqueles que não conhecem a história dos primórdios da TV americana, a coisa não tenha tanta graça, ou faça sentido. Mas eu achei tudo sensacional. Há momentos engraçados, outros cruéis, outros muito tristes. Entre eles, a conversa entre Gilda Radner e John Belushi falando que iriam se lembrar daquela noite dali a 20 anos (só que nenhum dos dois sobreviveu esse tempo). E Jason Reittman (de Ghostbusters – Mais Além) faz um grande trabalho para recuperar toda essa lembrança para conhecermos esse momento histórico na história do entretenimento televisivo.
