O #prazercomculpa de Águas Profundas

A crítica em geral odeia, mas eu gosto dos filmes de Adrian Lyne. Atração Fatal, 9 e 1/2 Semanas de Amor, Infidelidade. Acho que passam uma grande sensualidade – as cenas de Diane Lane em Infidelidade são incríveis. Mas, depois desse, Adrian passou 20 anos sem dirigir. Voltou agora com mais um filme  que sugere altas doses de sensualidade. É Águas Profundas, com Ben Affleck e Ana De Armas, que estreou nessa sexta no Amazon Prime Vídeo.

O filme se baseia num livro policial de Patricia Highsmith. Os personagens principais são Vic (Ben Affleck) e Melinda Van Allen (Ana de Armas). Eles tem um casamento diferente. Melinda tem vários amantes, em tese  para compensar sua distância emocional . Só que um deles é achado morto. E, durante uma festa, Vic acaba tomando o crédito, com a intenção de assustar a esposa e brincar com os presentes. Após o assassino ser achado, Vic passa a ser a piada da vizinhança. Só que quando amantes de sua esposa começam a morrer de maneira misteriosa, tudo toma um caminho inesperadamente obscuro. E transforma Vic no principal suspeito pelo desaparecimento dos velhos e novos amantes da esposa.

O que achei de Águas Profundas?

Nunca li o livro, mas pelo que sei, os roteiristas Zach Helm e Sam Levinson, de Euphoria, tomaram várias liberdades com a história. O meu principal problema com o roteiro é que é difícil entender as motivações do casal para passar – e aceitar – todas aquelas situações. Tudo bem, a gente sabe que tem muita gente esquisita por aí, mas em Águas Profundas a coisa é um pouco demais. Também é difícil entender a motivação do novo vizinho (Tracy Letts). Inveja, vontade de escrever um livro? Tudo isso atrapalha um pouco o caminho da história. Isso sem contar o final abrupto. Parece aquele tipo de situação em que o final original não funcionou nas prévias, e arrumaram um outro qualquer para fechar a história. E a “sequência musical” no meio dos créditos, alguém explica a razão daquilo?? Rsrsrs.

O filme pretende resgatar um gênero que teve grande alta nos anos 80/90 que era o policial sensual. Apesar da boa produção, acho que Adrian Lyne perdeu um pouco a mão na sensualidade. Sim, Ana de Armas é provavelmente a mulher mais sexy do cinema atualmente. Só que o clima da história não desenvolve uma história que possa “mexer” com quem está assistindo.

Talvez por isso o filme não tenha sido lançado nos cinemas como era o plano inicial, e ido direto para o streaming. Tanto que Ana de Armas e Ben Affleck, que começaram a namorar durante as filmagens, nem estão mais juntos. E ele está num conhecido revival com Jennifer Lopez. Será que por isso o lançamento não teve nem um red carpet??

No final…

De qualquer maneira, o filme manteve a minha atenção durante suas quase duas horas. Destaque para Lil Rel Howery, em mais um papel de amigo do personagem principal que rouba a cena quando aparece. E ainda há as participações relâmpagos de Jacob Elordi e Finn Wittrock bem lindos. Ana de Armas e Ben Affleck estão ótimos. Mas fica no final aquela sensação que o filme fez mais barulho sobre o que acontecia nos bastidores do que propriamente pelo que está na tela.