Eu confesso que acho que Kathryn Bigellow é uma diretora supervalorizada. Seus filme como Guerra ao Terror (que lhe rendeu o Oscar de Melhor Direção), e A Hora Mais Escura, foram premiados e são razoáveis , mas nada especiais. Casa de Dinamite, que estreou esse fim de semana na Netflix, está no mesmo grupo. Vai muito bem até quase o final, mas a falta de um encerramento mais claro estraga a experiência .

Casa de Dinamite acompanha as investigações norte-americanas perante a um atentado. Prestes a serem atingidos por um míssil não identificado, os Estados Unidos precisam correr para descobrir quem foi e determinar os responsáveis para garantir um ataque eficaz e ao mesmo nível de retorno. O filme providencia três visões dos acontecimentos.
O que achei?
O formato de mostrar diversos pontos de vista dos acontecimentos já foi usado várias vezes. Boa parte das vezes com resultados bem superiores. É o caso, por exemplo, de Dunkirk, um dos melhores filmes deste século. Aqui em Casa de Dinamite Bigelow é consideravelmente ajudada por um elenco sensacional. Na primeira parte, a estrela é Rebecca Ferguson, na segunda é Gabriel Basso, e na terceira, Idria Elba domina tudo como o presidente dos EUA. Mas tem mais. Jared Harris, Greta Lee, Tracy Letts. E ainda tem aqueles que tem uma cena ou duas, figurantes de luxo que desaparecem rapidamente . É o caso de Anthony Ramos, Willa Fitzgerald, Renne Elise Goldsberry, Moses Ingram e especialmente Kaitlyn Dever.

O problema é que você fica querendo saber o que acontece com esses personagens, e a coisa não tem um final. Aliás, o final é um problema em todos os sentidos em Casa de Dinamite. Tudo é abrupto, e apesar de ser perceptível o que irá acontecer quando tudo termina, nada é claro, e o público se sente enganado. Porque o fim não é um fim. E depois de tantas idas e vindas, boa parte delas repetitivas, o filme nos rouba de uma finalização.

De qualquer maneira, a crítica americana em geral gostou do filme. Talvez porque a situação do mundo nos mostre que a ficção e realidade parecem cada vez mais próximas . E a gente pode nem ficar sabendo de onde o fim, ou a falta dele, virá.









































