Já faz algum tempo que Wes Anderson perdeu a mão. Sinceramente seus filmes funcionam como forma, mas pouco como conteúdo. Isso já era perceptível especialmente em A Crônica Francesa, e Asteroid City. Confesso que nem consegui terminar o curta A Incrível História de Henry Sugar, que estreou diretamente na Netflix. Quando O Esquema Fenício, sua produção mais recente, estreou nos cinemas, nem tive vontade de ir. Mas agora que ele chegou na Prime Video, resolvi fazer o esforço. Só que tudo é muito chato.

O excêntrico magnata Zsa-zsa Korda (Benicio del Toro) já sobreviveu a seis acidentes de avião e é pai de nove filhos homens e uma única menina, a freira Liesl (Mia Threapleton). Ele determina que ela seja a única herdeira de seu patrimônio. Entretanto antes, pede a ajuda da filha para garantir que seu projeto de vida saia do papel, o “Korda Land and Sea Phoenician Infrasctructure Scheme”. Agora, eles precisarão viajar pelo mundo acompanhados pelo tutor Bjorn (Michael Cera) negociar com empresários, empreiteiros e criminosos perigosos, confundindo-os sobre suas intenções para afastá-los do esquema.
O que achei?
A beleza da fotografia está mais do que presente. Esse é quase sempre o ponto alto de seus filmes (com exceção de Asteroid City, com seus pastéis). O problema é que Anderson está sempre tão imerso em seu estilo monótono, que é impossível de deixar a gente acordada por mais que se tente. E não só isso. Falta profundidade emocional, tudo parece recitado. As relações pessoais são quase ridículas, e a parte política é chata e ultra didática.

Mesmo que se entenda que ele sempre teve uma certa atração com caricaturas, a linha que separa de um ridículo total é tênue. É claro que nem tudo se perde, especialmente por causa do elenco. Há um bom momento com Tom Hanks e Bryan Cranston. Outro com Benedict Cumberbatch como um super-vilão. E ainda Mia Theapleton, filha de Kate Winslet, que já comprovou em The Buccaneers que é muito boa. Ela é bem magnética e carismática como a filha noviça.

Aliás, a vantagem de ver os filmes de Anderson é ver como os amigos adoram lhe dar uma força. Aqui, além dos já citados, tem também Scarlett Johansson, Rupert Friend, Riz Ahmed, Willem Dafoe, Jeffrey Wright, entre outros. Benicio del Toro, um ator supervalorizado, mas que para mim faz sempre o mesmo papel, não funciona no papel principal. E isso ajuda ainda mais a audiência a não se sentir conectada, e no meu caso, irritada, com a história que não chega lugar algum. Um desperdício do talento envolvido. Para mim, o filme mais chato do ano.








































