É óbvio que havia uma grande expectativa sobre essa nova fase do Universo da Marvel. E depois do grande fracasso do filme do Capitão América (crítica aqui), a expectativa ficou ainda maior para a chegada de Quarteto Fantástico: Primeiros Passos, que estreia nessa quinta nos cinemas. Há fatores muito positivos, como o elenco, e a direção de arte que recria os anos 60 com louvor. Mas também há alguns negativos, que falarei mais para frente.
Uma coisa que gostei também foi o fato que não é uma história de origem. Nesse novo filme, o quarteto já tem seus poderes, e são muito populares com o público. Reed e Sue (Pedro Pascal e Vanessa Kirby) logo tem a notícia que terão um bebê. E isso não poderia deixar mais felizes Johnny e Ben (Richard Quinn e Ebon Moss-Barabach), os dois outros membros do quarteto. Entretanto logo, uma ameaça que vem do espaço, com um aviso da Surfista Prateada (Julia Garner), vai colocar a terra em perigo. E os quatro viajarão para o espaço e voltarão para a Terra, lutando contra uma grande ameaça, e por suas próprias vidas.
O que achei?
Eu sempre gostei muito dos dois filmes coloridíssimos dos anos 2000, com Ioan Gruffudd e Jessica Alba. Achava divertido e gostoso de ver. Já o filme de 2015 é um desastre (crítica aqui). Também lembro de assistir muito ao desenho quando era menina. Aliás, fica claro que os roteiristas e o diretor Matt Shakman são super fãs da animação. Há várias referências, e mesmo cenas, que aparecem no filme. Não conheço o suficiente os quadrinhos para poder falar das influências, mas o filme faz homenagens claras a diversos vilões que obviamente vem de lá. Inclusive um que tem um papel mais importante na história, o ótimo Paul Walter Hauser como o Toupeira – John Malkovich acabou sendo cortado como o Fantasma Vermelho.
A direção de arte é um destaque (em alguns momentos lembra os Jetsons) , apesar de que o vilão, que tem a voz de Ralph Ineson, muitas vezes parecer que é feito de Lego. Um outro problema é o timing do roteiro. Há um certo momento – o da viagem ao espaço – chega a dar sono. Só começa a ficar melhor quando eles tem que fugir de volta para a Terra. As explicações de Reed Richards também são chatinhas, mesmo com o esforço de Pedro Pascal para dar profundidade ao personagem. No final, quem se destaca mais é Vanessa Kirby. Os melhores momentos, como a fala para o público na frente do prédio, e o enfrentamento final, são dela. Talvez por isso que muitos digam que ela terá um papel bem importante em Vingadores: Doomsday.
Mas de qualquer maneira, achei estranho que não há um link no final do filme com a cena pós-créditos de Thunderbolts (crítica aqui). Entretanto, é bom avisar que Quarteto Fantástico: Primeiros Passos tem duas cenas pós-créditos. Uma faz uma ligação direta com Doutor Destino (isso não é spoiler – já foi anunciado), e a segunda é uma brincadeira divertida. Mas, vale a pena esperar. É para ficar curiosa para saber o que vem por aí.
