Dwayne Johnson faz praticamente o mesmo papel sempre – e é muito bem sucedido nisso. Tanto que é um dos atores mais valorizados de Hollywood. E agora ele está provando que pode ser um bom ator fazendo um personagem diferente em Coração de Lutador: The Smashing Machine, que estreia essa semana nos cinemas. Dwayne é Mark Kerr, um dos primeiros lutadores de MMA que realmente foi um grande nome lá no fim dos anos 90. É óbvio o apelo do papel para Dwayne, que começou também como lutador com o nome de The Rock. Ele se sai bem, já o filme é bem cansativo e um tanto vazio, na minha opinião.
Coração de Lutador mergulha na trajetória física e emocional desse personagem lendário para quem gosta de lutas. O filme, escrito pelo próprio Mark Kerr e por Benny Safdie, explora os altos e baixos da carreira do esportista, falando sobre sua luta contra o vício, suas vitórias e seu relacionamento amoroso com Dawn (Emily Blunt) durante o auge da fama no UFC.
O que achei?
O filme mistura uma fotografia que remete a documentários. Também tem uma câmera nervosa, seguindo os personagens todo o tempo tremendo. O roteiro também tem problemas. Não sabemos como começou o uso de opióides por Kerr. O que o motivou a isso, e também como começou a relação de co-dependência com Dawn. O final é basicamente restrito a várias lutas, que podem ou não levá-lo ao prêmio máximo. E confesso que, apesar de gostar de filmes de boxe, essas lutas onde tudo é permitido, me incomodam profundamente. A câmera fica distante, sempre do lado de fora das cordas, mas mesmo assim, não é fácil de ver as cenas .
As cenas entre Kerr e Dawn são cansativas (todo mundo fala demais, isso sempre me incomoda). Mas, é claro, os atores estão ótimos (já tinham feito juntos Jungle Cruise). A gente já sabe faz tempo que Emily Blunt é sensacional. E ela está linda e sexy com Dawn. Já Dwayne Johnson surpreende, claro. tem gente falando até em indicação para o Oscar. Ele está bem, mas acho que isso é um pouco exagerado. O cabelo e a maquiagem ajudam, mas repare que toda a cena em que ele vai chorar, cobre os olhos. Pode -se pensar que Kerr não quer que o vejam chorando, mas também pode-se pensar que Dwayne não conseguia chegar lá com a emoção necessária.
Muitos críticos americanos tem gostado (o filme foi exibido em Veneza e teve 15 minutos de aplausos). Mas não me conquistou. repare ao final que o verdadeiro Mark Kerr aparece em seu dia a dia. Obviamente, tanto Dwayne quanto o diretor Benny Safdie, são admiradores dele. Pena que o filme não me fez admirar esses personagens .