Em geral, gosto muito de filmes cuja ação acontece num único espaço. Geralmente o suspense e o estudo dos personagens acabam sendo muito ricos. Foi isso que me atraiu em Brick, um suspense alemão que estreou há pouco tempo na Netflix. O fato que tem 1h40 também ajudou, rsrs! A ideia é boa, já o desenvolvimento é médio.
Tudo começa quando um casal em vias de se separar, Tim (Matthias Schweighöfer, de Agente Stone) e Olivia (Ruby O. Fee), acorda um dia preso no apartamento onde moram atrás de um muro preto impenetrável. De forma misteriosa e inexplicável, eles descobrem que o prédio inteiro está cercado por essa muralha de tijolos futuristas e extremamente resistentes. Sem saber como esse paredão foi parar ali da noite para o dia, eles precisarão contar com a ajuda de seus vizinhos para conseguir sair dessa armadilha com vida. Achar uma saída, porém, é apenas o começo dessa jornada desesperadora. Afinal, quem construiu o muro e por quê? O que está de fato acontecendo? Sem qualquer ajuda externa, e com a tensão, o pânico e a sensação de claustrofobia crescendo entre os moradores, fica claro que o verdadeiro perigo pode não ser o que está do lado de fora, mas sim mais próximo deles do que imaginam.
O que achei?
A ideia é muito boa, especialmente quando o casal começa a pensar em alternativas , que incluem quebrar paredes. Mas confesso que fiquei chocada sobre como as paredes na Alemanha são fraquinhas, rsrs! Confesso que achei a relação de ambos meio chata – e eram os momentos mais sonolentos. O casal vizinho era explosivo demais, mas colocava um certo tempero na história. E o vilão da história tem uma clara inspiração em Hans Gruber, de Duro de Matar. Isso nem chega a ser um spoiler, já que logo que ele aparece fica claro que ele será o vilão, rsrs.
Além da boa ideia, Brick tem estilo, com uma direção de arte sensacional. Os furos de roteiro são grandes, e os personagens agem de uma maneira bem estranha. Há luz, mas não água. Ninguém tem um rádio ou uma TV para saber o que está acontecendo (mesmo que não estivessem funcionando, não vi ninguém tentar). Ou seja, o filme promete muito em termos de visual e tema. A ideia é ótima, mas o roteiro, e a direção, não corresponderam ao que poderia ter sido. Entretanto, se você não quiser pensar muito, dá até pra ver Brick sem problemas.