Durante a pandemia o podcast Praia dos Ossos apresentou muita gente à história de Ângela Diniz, a Pantera de Minas, que foi assassinada por seu namorado da época, Doca Street. Essa história já tinha dado origem a um filme de cinema em 2023, com Isis Valverde como Ângela ( hoje está disponível na Prime Vídeo – crítica aqui) . E agora, estreou hoje , também baseada no mesmo podcast, a minissérie Ângela Diniz: Assassinada e Condenada . São 6 episódios. Dois estrearam hoje na HBO Max, os demais estrearão um a cada semana no serviço.

A série conta a trajetória de vida de Ângela (Marjorie Estiano) e mergulhará no caso de seu trágico assassinato, nos anos 70. Ela foi morta a tiros por seu ex-namorado, Doca Street (Emilio Dantas), que não aceitou a separação. O julgamento inocentou Street sob a “tese da legítima defesa da honra”. Muito além do veredito, a produção busca retratar quem realmente era Ângela Diniz, uma mulher que ousou viver nos próprios termos e lutava por sua liberdade.
O que achei?
Eu era bem menina quando tudo aconteceu, mas me lembro do caso. Mesmo sendo criança, achei um absurdo toda aquela história de Legítima Defesa da Honra. Mas os anos 70, apesar de grandes mudanças, ainda era um poço de problemas para qualquer mulher que desejasse sair do script.Ângela era uma mulher à frente do seu tempo. Queria namorar, viver com liberdade, e por isso deixou para trás um casamento de 10 anos. O primeiro episódio mostra essa decisão de mudança, e o que ela teve de enfrentar ao se tornar “uma mulher separada” – ainda bem que o mundo mudou! Também mostra o assassinato do caseiro, algo que se falou muito na época. Isso transformou a vida de Ângela em Belo Horizonte num inferno, e a fez decidir mudar para o Rio.

O segundo episódio mostra os primeiros passos para Angela se tornar a Pantera de Minas, apelido dado pelo colunista mais influente da época, Ibrahim Sued. Este é feito por Thiago Lacerda, que é muito mais bonito do que Ibrahim jamais foi, rsrs. E também mostra a luta de Angela para não perder o contato com a filha, mesmo contra tudo e todos. Ainda há o detalhe que cada episódio começa com uma referência à Doca. O primeiro, já mostrando sua chegada para cometer o assassinato. E o segundo, com o início do julgamento. Até o momento, ele não entrou na narrativa na vida de Ângela. Uma curiosidade fica com Antonio Fagundes como o advogado de Doca – confesso que quase não o reconheci.

E ainda…
A direção de arte, figurino são ótimos – lembro que tive um biquíni de franjinha anos mais tarde, igual ao que Angela usa na praia do Rio. Marjorie Estiano é uma grande atriz, mas lhe falta a sensualidade de Ângela (Isis Valverde tinha mais a ver no filme). Ela tenta com uma certa “lordose” se fazer sensual, mas não funciona. Entretanto isso não atrapalha a curiosidade para ver o desenvolvimento da história. Provavelmente, o próximo episódio mostrará o envolvimento de Ângela com Ibrahim (lembra que Thiago e Marjorie fizeram juntos O Tempo e o Vento?), e a entrada na história de Doca. tenho curiosidade para ver como Emilio Dantas se sairá no papel. Com certeza, muito melhor do que Gabriel Braga Nunes esteve no filme.










































