O cinema já descreveu em vários filmes e séries, histórias verdadeiras de grupos de pessoas que se reúnem com o objetivo de destruir outras que não pensam como eles. Me vêm à mente assim de primeira a série Em Nome do Céu (Disney plus), e filmes como Till – A Busca por Justiça (MGM+), Mississipi em Chamas (Prime Video). E agora está disponível na Prime Video o filme A Ordem, com Jude Law e Nicholas Hoult. Novamente se baseia numa história verdadeira de embrulhar o estômago. Poderia ser um pouco mais curto, mas vale a pena ver.
A história se passa em 1983. Uma série de crimes violentos, incluindo assaltos a bancos, operações de falsificação e roubos de carros blindados, aterrorizou o noroeste do Pacífico na época. Enquanto os agentes da lei buscavam respostas, um agente do FBI em Coeur d’Alene, Idaho (Jude Law), suspeitou que os crimes eram obra de um grupo de terroristas domésticos, não de criminosos comuns. O filme, escrito por Zach Baylin, se baseia no livro The Silent Brotherhood de Kevin Flynn e Gary Gerhardt. Narra a história desse grupo supremacista branco liderado por um líder carismático, que planeja uma guerra contra o governo federal dos EUA.
O que achei?
A Ordem esteve no Festival de Veneza do ano passado. É um daqueles filmes que vão fazer você se sentir incomodado. Especialmente sobre como um grupo tão pequeno pode colocar em risco vidas, promovendo um desgoverno e uma desordem política. O grupo liderado por Bob Matthews, que realmente existiu é assustador. Essa história ficou famosa nos anos 80 nos EUA, até teve um filme muito bom que romantizava um pouco o assunto chamado Atraiçoados, com Debra Winger. Aqui, em A Ordem, a história é mais real. Apesar de que o agente feito por Jude Law é uma mistura de vários agentes verdadeiros.
Mas Jude tem aqui uma de suas melhores atuações. Totalmente infeliz, a única coisa que o mantém de pé é a sua descoberta do que realmente era A ordem, e como devem parar Bob Matthews. Todos os locais claramente tem medo do grupo. O único que está determinado a ajudar o FBI é um jovem policial chamado Jamie Bowen (Tye Sheridan, ótimo). Há uma cena em que ele persegue Bob Matthews, que é extremamente chocante. Outra igualmente incômoda é o enfrentamento de Bob com um outro chefe supremacista local, mas que é mais político, Richard Butler (Victor Slezak). É a típica situação de se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.
O filme tem um final satisfatório, mas mesmo assim, deixa um gosto amargo na boca. É bom, mas poderia ser um pouco mais curto e objetivo. Tem uma linguagem visual quase documental, que vai deixar você ainda mais incomodado.
