A falta de magia de Desencantada

Como todo mundo que é fã de Encantada, eu tinha meus medos de ver o que tinham feito com a história na sequência que chegou há alguns dias no Disney Plus. Afinal, é difícil aceitar qualquer descaminho com personagens e histórias tão adoráveis. Desencantada tem ótimos momentos, e é muito bom ver todos de novo, Giselle, Robert, Eric… Mas também é enrolado e longo demais. Em alguns momentos é bem cansativo. Dá pra entender a razão pela qual ele não foi para os cinemas e estreou direto no streaming.

Tudo é contado em flashback por Pip, o esquilo (voz de Garrett Newman).Mais de uma década se passou. Giselle e Robert tem uma bebezinha chamada Sophia. Morgan já é uma adolescente. Só que Giselle não está satisfeita com sua vida em Manhattan (apesar de que nada diz exatamente o porquê). É quando a família resolve se mudar para uma cidadezinha no subúrbio, chamada Monroeville. Só que nem tudo sai como esperado. E aparentemente, todos estão infelizes. Até que Giselle resolve fazer uma mágica para que sua vida volte a ser um conto de fadas. O problema é que a situação foge do controle. É quando começa uma corrida contra o tempo para ajeitar as coisas em busca de um final feliz.

O que achei?

Começando pelos pontos positivos. Amy Adams (também produtora) é sempre ótima, e sua voz é sensacional. A cidade de contos de fadas lembra muito a vila  de A Bela e a Fera. Os figurinos são perfeitos. E o filme mais uma vez tem diversas referências aos diversos sucessos da Disney, como Cinderela, Rapunzel, A Bela Adormecida. Gabriella Baldacchino, que substitui Rachel Covey do primeiro filme, mas é extremamente parecida, tem uma bela voz e funciona. Há várias parte em desenho animado que são fofas.  E, claro, as aparições de Idina Menzel e James Marsden são deliciosas e trazem de volta o clima de Encantada.

E aí começam os problemas de Desencantada. As aparições de ambos são poucas. Ainda que Idina canta a única canção que me entusiasmou: Love Power. As outras são bem esquecíveis. Também são escritas por Alan Menken and Stephen Schwartz. Mas estão a anos luz de joias como  That’s How You Know e True Love’s Kiss. Patrick Dempsey, que estava ótimo e apaixonante no primeiro filme, aqui está bobo e sem graça. Suas aventuras com a espada são ridículas e totalmente dispensáveis. E quanto à vilã, é fácil ver que Maya Rudolph ainda vai ter que comer muito arroz com feijão para chegar aos pés de Susan Sarandon. O filme ainda desperdiça Yvette Nicole Brown e Jayma Mays como as “assistentes”, numa linha meio Meninas Malvadas, de Maya.

E no final…

Apesar de ser lindo de ver com seu colorido, direção de arte, fotografia e figurinos, Desencantada infelizmente desencanta. Falha miseravelmente em trazer a mágica do filme anterior. Faltam canções, falta paixão. E ainda tem repeteco da situação de Malévola no final. Ai, cansou! Que pena!