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Cinema

A deliciosamente brega e divertida saga de Sigrit e Lars

Tenho dois avisos antes de recomendar Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars. O primeiro é que você tem que gostar (ou pelo menos suportar) o humor  de Will Ferrell, mais uma vez fazendo aquele tipo de homem-criança. O segundo é gostar de filmes musicais, daqueles que mostram concursos que vão mudar a vida das pessoas. E ainda, como bônus,  de conseguir se encantar com um visual carregado, completamente brega, mas totalmente delicioso, no meu ponto de vista. O filme estreou recentemente na Netflix, e eu embarquei totalmente nessa saga muito maluca.

Para quem não conhece, o Festival Eurovision é um concurso que existe realmente na Europa, e é super grandioso. Uma espécie de mistura de American Idol com The Voice, representando seus países.  Will Ferrell, cuja mulher é sueca, o conheceu em 2014, e virou grande fã. Tanto que é co-roteirista e produtor da história. Nela, os aspirantes a músicos Lars (Will Ferrell) e Sigrit (Rachel McAdams)  cantam juntos desde crianças. E seu maior sonho é representar seu país na maior competição de músicas do mundo, o festival Eurovision da Canção. Um dia, eles finalmente possuem a chance de provar que sonhos valem a pena, e conseguem entrar na disputa, mesmo sendo os azarões.

A crítica

Eu adoro esse tipo de filme! Daqueles que misturam música e busca pelos sonhos, por mais absurdos que possam ser. Segue aquele esqueleto de roteiro que vem funcionando desde que Judy Garland e Mickey Rooney montavam um show nos anos 40. E que apesar de ser meio longo – 2 horas -, A Saga de Sigrit e Lars é divertido e você não sente o tempo passar. É uma daquelas bobagens perfeitas para tirar o pensamento do momento em que estamos vivendo. Além disso, têm músicas originais muito boas.  Isso sem contar um número musical com um mix de músicas de Madonna e Cher durante uma festa com todo mundo cantando junto que é uma delícia, um cúmulo de brega maravilhoso.

Os vencedores do Eurovision

O filme estava programado para ser  lançado exatamente na época do Festival 2020. Mas, como tudo, ele também foi cancelado por causa da pandemia. Uma pena! Vários vencedores fazem aparições. Loreen (vencedor pela Suécia em  2012), Alexander Rybak (Noruega em 2009 ), Jamala (Ucrânia em 2016), Conchita Wurst (Áustria em 2014), Netta (Israel em 2018) e Salvador Sobral (Portugal em 2017). Aliás, este último tem um momento muito bonito do filme, cantando em português na rua quando Sigrit e Lars chegam em Edimburgo.

O elenco

É engraçado ver todos os que fazem parte do núcleo de Islândia falando com um sotaque que lembra um personagem dos Muppets. Acaba sendo divertido. Até Pierce Brosnan entra nessa como o pai bonitão de Lars. Mas o filme ainda tem uma participação simpática de Demi Lovato, que, claro, canta. Dan Stevens, está ótimo, como sempre, fazendo um divertidíssimo cantor russo (dublado pelo cantor sueco Erik Mjönes). Totalmente exagerado, mas sem cair na caricatura (e ainda lindo, claro). Mas os momentos em que mais dei risada, por incrível que pareça, foram aqueles com a participação de Graham Norton (é, ele mesmo, o entrevistador britânico). As caras e críticas das apresentações de Sigrit e Lars são impagáveis.

Mas, é claro, os astros são Will Ferrell e Rachel MacAdams, que novamente se reúnem sob a direção de David Dobkin, o mesmo de Penetras Bons de Bico. O astro pode ser Will, que mais uma vez, faz o mesmo personagem de sempre. Só que quem se destaca é Rachel McAdams (dublada nas canções pela sueca Molly Sandén) . Uma das melhores atrizes de sua geração, Rachel tem um timing de comédia incrível (como a gente já tinha visto em A Noite do Jogo, em 2018). Suas reações são impagáveis, repare na cena da explosão. Ela rouba o filme totalmente, a gente não consegue tirar os olhos dela. Dá até vontade de ver o filme de novo!

 

 

 

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