Tantas vezes a gente encontra filmes que tem lançamentos “secretos” ( não tem grande barulho no lançamento) , que são grandes descobertas, não é mesmo? A mais recente é da Netflix, e se chama Sonhos de Trem. Este me chamou a atenção pois teve indicações tanto para o Astra quanto para o Gotham Awards. E quando fui pesquisar vi que estava já disponível na Netflix. O filme se baseia no livro de Dennis Johnson, de 2011. É triste, mas também uma grande lição de vida – vale ver.

Robert Grainier (Joel Edgerton) é um dos muitos madeireiros responsáveis por construir e expandir ferrovias pelos Estados Unidos no início do século XX. Órfão desde muito jovem, Robert cresceu entre as florestas imponentes do Noroeste do Pacífico. Por causa de seu trabalho, Robert precisava passar longos períodos afastado de quem mais amava: sua esposa Gladys (Felicity Jones) e sua filha pequena. Quando uma tragédia sem precedentes atinge a família, ele precisa aceitar a derrota e se esforçar para relembrar os laços únicos de uma jornada que, ao mesmo tempo, é distinta, mas universal.
O que achei?
Esse não é um filme para aqueles que gostam de explosões, perseguições etc. Ele segue a vida simples de Robert com vários momentos de felicidade e de tristeza. Robert fala pouco, e a narração é extremamente eficiente para entendermos melhor sua história (voz de Will Patton). O roteiro é redondinho, feito por Chris Bentley (que também dirige ) e Greg Kwedar, que já foram responsáveis por Sing Sing, indicado ao Oscar. Eles incluem claramente o desconforto de Robert com o preconceito, com a derrubada de árvores, com sua ausência no dia a dia da família por causa de seu trabalho. Há um relacionamento também muito bonito com o indígena dono do armazém (Nathaniel Arcand). Há cenas entre os dois que nos fazem acreditar que há pessoas que ajudam sem segundas intenções.

A fotografia é de tirar o fôlego. Li em algum lugar que parece um trabalho de Terrence Malick, pela forma que conecta a vida e a natureza. Concordo totalmente. Merece estar na Temporada de Premiações. Também vale ressaltar as participações de Kerry Condon e de William H. Macy. Sensacionais .

E no final…
Mas, claro, o filme é de Joel Edgerton. Ele tem uma carreira brilhante, com filmes que mexem com nossos sentimentos ( gosto especialmente de Loving) . Aqui em Sonhos de Trem, o ponto central é a solidão e o arrependimento que permeiam nossa vida em diversos momentos . Entretanto, o filme não é deprimente ( em geral tenho problema com isso). Ele termina com esperança, e com as memórias de momentos que nos construíram como somos. Alguns podem achar que é lento, mas acho que por isso mesmo que consegue tão profundo, e atingir nossas sensibilidades. Vale ver !










































