Cada vez fica mais difícil achar filmes de terror surpreendentes . Sei que tem muita gente que não gosta, que tem medo, mas eu adoro o gênero. E gostei especialmente de A Hora do Mal, que estreou hoje nos cinemas. Além de ter um elenco ótimo – e de primeira linha, coisa difícil de encontrar – o filme tem uma estrutura diferenciada. Um novo triunfo do diretor Zach Gregger , que já fez um outro do filme do gênero bom demais , Noites Brutais (atualmente disponível no Telecine).
A história chegou a me parecer um tipo de conto de fadas malévolo, tipo O Flautista de Hamelin. A Hora do Mal quase acompanha o desaparecimento de 17 crianças – exceto uma – de uma mesma classe . Misteriosamente, e ao mesmo tempo, elas fugiram de suas casas de madrugada. Sem nenhum sinal de arrombamento ou sequestro, a cidade inteira demanda respostas sobre o que pode ter acontecido naquela noite. E suspeitam principalmente da professora. Quem ou o que poderá estar por trás deste estranho mistério? Enquanto os pais lutam para entender o que aconteceu, as autoridades buscam por informações pela pequena cidade.
O que achei?
Um grande fator positivo é a forma de contar a história . No melhor estilo Pulp Fiction, Zach Gregger divide a história em partes, cada uma abordando o ponto de vista de cada um dos principais envolvidos. Isso inclui a professora ( Julia Garner) , o pai de um dos alunos desaparecidos ( Josh Brolin) , um policial ( Alden Ehrenreich), o diretor da escola (Benedict Wong), um jovem viciado (Austin Abrams) , o diretor da escola (Benedict Wong) e o próprio garotinho da classe que não desapareceu (Cary Christopher). Só pelo nível dos atores envolvidos você já percebe que a coisa é boa. E cada um tem seu momento de brilhar. Isso sem contar a presença de Amy Madigan , que andava meio sumida e é sempre ótima, como a tia misteriosa.
Todos eles vão montando um quebra-cabeças que leva a um tipo de resolução, quando quase todos se juntam. O roteiro ainda mistura momentos dramáticos, alguns sustos, outros aterrorizantes , e mesmo alguns divertidos ( tipo riso nervoso) . A história se desenvolve de maneira surpreendente até o final, quando você não sabe se ri ou se fica assustado. Rsrs! Mas é preciso dizer que é algo inesperado – e corajoso. Com tudo isso, o filme se torna uma bem-vinda surpresa.