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Oh Canada chega aos cinemas, mas…

Paul Schrader é um roteirista sensacional, que fez parte da era de ouro, ao lado de Scorsese, De Palma, Spielberg, Coppola. Ele escreveu Taxi Driver  – só para se ter uma ideia. Foi também diretor de um filme que eu adoro, A Marca da Pantera. Seu mais recente trabalho como diretor/roteirista é Oh Canada, que estreia nessa quinta nos cinemas. Infelizmente, no filme, que foi apresentado em Cannes no ano passado, não funciona. Nele, a forma tem mais importância que o roteiro (co-escrito com Russell Banks, a quem o filme é dedicado).

Na história, o documentarista norte-americano Leonard Fife (Richard Gere) vive com uma doença que pode tirar sua vida a qualquer momento. Nessa espécie de leito de morte, ele sente a força do tempo e de sua condição. Resolve, então, contar sua história de vida sem filtros. Com uma carreira profissional de prestígio, Fife tem muito do que se orgulhar, porém lacunas do seu passado, ainda são dores que o diretor evita tocar. Finalmente ele se decide a compartilhar todos os segredos, todas as verdades (e também todas as mentiras) que forjaram sua trajetória.  Leonard concorda em dar  uma entrevista para um ex-aluno chamado Malcolm (Michael Imperioli). Seu objetivo é revelar histórias sobre sua juventude nos conturbados anos 60 em diante. Na presença de sua esposa Emma (Uma Thurman), que desconhecia passagens obscuras da história do marido, Leonard confessa que seu sucesso e sua reputação foram construídos com base em mentiras e meias verdades. Enquanto o homem por trás dos mitos é desvendado, o documentarista precisa enfrentar o que resta de sua figura e identidade sem as máscaras.

O que achei?

É estranho dizer que o roteiro é o grande problema de um filme roteirizado por Paul Schrader. Mas é a verdade. Ele é baseado no livro Foregone, de  Russell Banks. Inicialmente ele parece interessante, apesar de deprimente. Mas logo fica tudo confuso. Você não sabe o que é real e o que é criação da mente de Fife. Sei que essa é a proposta, mas é preciso ter um mínimo de “pé no chão” para a audiência  se situar. Jacob Elordi faz o papel de Fife mais jovem. Entretanto há um cena em que Gere entra no passado, sem a menor explicação.

Claro, há momentos que vão envolver você, mas logo isso se perde. Por exemplo, não consigo me lembrar do momento em que Fife resolve deixar a esposa e o filho para trás para ir para Cuba, e depois para o Canadá. A cena do exército, que poderia ser uma desculpa, acontece só no final, mas mesmo assim não é a razão. Com isso, com uma  história toda fragmentada, não tem fechamento algum. também não há razão para o tratamento do filho da maneira mostrada – ou pelo menos não conseguimos entender.

Jacob Elordi faz um Fife jovem sem incorporar o menor maneirismo de Gere. É simplesmente ele mesmo, como na maioria de suas atuações. Uma Thurman está bem, mas tem pouco a fazer. E Richard Gere, que se reune novamente com o diretor que lhe deu sua grande chance em Gigolô Americano, faz o de sempre também. Uma pena, mas a sensação que fica é que  nada funciona como deveria – e poderia.

 

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