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Dois filmes brasileiros sobre mulheres desafiadoras de 50+ chegam aos cinemas

As mulheres de 50+ tem um desafio diário. Não desaparecer como mulher, não ser chamado de velha assanhada, manter sua identidade quando todos preferem esquecer que elas existem. Mas nessa luta por permanecer relevante, há várias conquistas. Não somos vistas mais com a senhorinha na cadeira de balanço que faz crochê e cuida dos netos. Continuamos poderosas, sensuais, atualizadas. E o cinema, os filmes, as séries tem ajudado muito a reverter ideias pré-concebidas do que é certo para nós. Hoje estreiam duas produções nacionais  nos cinemas, que falam desse processo, de se manter mulher, e não a vovozinha. Sexa é uma comédia estrelada e dirigida por Gloria Pires. Já Livros Restantes é um drama, uma co-produção entre Brasil e Portugal, estrelada por Denise Fraga. Gostei dos dois.

Sexa

O Sexa do título significa sexagenária.  Bárbara,  feita por Gloria Pires, é uma mulher que acaba de fazer 60 anos e está apavorada com o fato de estar envelhecendo. Ela passa seus dias entre o trabalho como revisora de textos e as conversas debochadas e divertidas com sua melhor amiga e vizinha Cristina (Isabel Fillardis). Já algum tempo desapontada com sua vida amorosa, depois de algumas relações frustradas, Bárbara escolhe abandonar as esperanças de tentar encontrar um novo amor. Só que um encontro inesperado desperta uma reviravolta em sua vida quando ela conhece Davi (Thiago Martins), um viúvo 25 anos mais jovem. Bárbara, então, precisa tomar uma decisão: viver intensamente esse novo amor ou se curvar ao medo e aos julgamentos acerca da diferença de idade dos dois.

O filme é uma comédia romântica que toca em pontos que fazem parte do dia a dia dessa nova mulher que desafia paradigmas. Barbara é uma mulher bonita (gostei de Gloria com o cabelo longo e castanho), elegante e inteligente. Mas, claro, quando se apaixona fica meio bobinha, fazendo os joguinhos, daqueles que já tinha esquecido. Gloria e Thiago Martins funcionam nos papeis principais, e Isabel Fillardis rouba a cena como a amiga de bem com a vida. E o final, bem, creio que dependendo como você vê a vida, pode gostar ou não, entender ou não.

Livros Restantes

Denise Fraga faz o papel de Ana Catarina, uma professora que está se mudando para Portugal. Ela decide doar quase todos os seus livros. Só que não consegue se desfazer de cinco exemplares especiais, cada um com uma dedicatória de alguém importante em sua vida. E isso acaba levando-a a uma jornada emocionante de reencontros para devolver esses livros e confrontar seu passado, memórias e as mulheres que ela foi. Com isso reflete sobre recomeços e o que realmente carregamos conosco.

O filme, é claro, tem um apelo especial para quem gosta de livros. Ana vê neles momentos importantes de sua vida. E os usa como uma forma de revisitar feridas do passado, momentos não bem resolvidos, para assim poder seguir em frente em sua nova vida. O filme se divide em momentos episódicos. Cada livro é uma etapa. E essa jornada de Ana é totalmente fascinante – poderia ser a sua, a minha, ou de alguém que conhecemos.

Livros Restantes ainda tem o diferencial de se passar na maior parte do tempo em uma pequena cidade de Santa Catarina. É uma delícia ouvir o sotaque local, especialmente vindo de Denise. E ela tem uma interpretação sensacional, como a grande atriz que é. Também não posso deixar de destacar o trabalho de Vanderleia Will, que faz o papel da mãe de Ana. Ótima! Há ainda belas cenas em Aveiros, que fazem com que as localizações sejam quase novos personagens numa fotografia bela. E claro, a canção Deixa a Porta Aberta, que aparece em diferentes ocasiões no filme, e é maravilhosa.

 

 

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