Muitas vezes a gente vê em filmes baseados em histórias reais que são tão absurdas, que com certeza roteirista algum teria a coragem de criar de sua própria cabeça. Esse é o caso de Eden, que está disponível na Prime Video. Ao final, inclusive, o diretor Ron Howard mostra quais foram os destinos dos verdadeiros personagens. É um filme que mostra a inabilidade de viver em grupo, a luta contínua pelo poder, e a maldade inerente em muita gente. Com certeza, uma das produções mais interessantes e inesperadas que vi este ano.

Eden é um projeto que Ron Howard lutou durante anos para ver produzido. Ele estreou no Festival Internacional de Toronto de 2024. A trama se baseia em um mistério real e sem solução que assombrou as ilhas Galápagos nos anos 30. Um casal vive em uma ilha deserta local, mas o homem, um escritor egocêntrico, envia seus escritos sobre uma nova forma de viver a vida para jornais alemães. Isso atrai a atenção de outros. Uma família de um veterano de guerra, e uma mulher que pretende construir lá um hotel de luxo chegam no local. Entretanto a convivência não é fácil, especialmente quando há pouca empatia e um desejo total de dominar o outro.
O que achei?
O filme se divide entre o dia a dia dos três grupos. Jude Law (com direito a uma cena de nu frontal) e Vanessa Kirby são o casal que está lá há mais tempo. Logo chegam os personagens de Daniel Bruhl (trabalhando novamente com o diretor após o ótimo Rush), e Sydney Sweeney . E por fim, chega o furacão de Ana de Armas acompanhada de seu séquito de homens. incluindo Felix Kammerer , de Nada de Novo no Front. Todos do elenco estão simplesmente sensacionais, especialmente Ana e Sydney.

Esta última deixa completamente seu estilo sensual de lado, e faz de Margret a personagem mais interessante da história. Ela tem uma cena em que faz o próprio parto, que é uma das melhores do filme – e uma das mais violentas. Isso sem esquecer uma rápida participação de Richard Roxburgh como um diretor de cinema que chega de barco e percebe tudo o que está acontecendo.

A personagem de Ana de Armas, a baronesa, é a catalizadora da maioria dos problemas. É realmente fascinante, especialmente como manipula todo mundo. No início, achei as frases e diálogos dela forçados e meio ridículos, mas num determinado momento tudo é explicado. Eden se divide entre o drama, o suspense e até alguns momentos de riso nervoso, especialmente com as situações provocadas pela baronesa. Manteve minha atenção todo o tempo. A crítica americana não embarcou no filme, reclamando do roteiro inclusive. Discordo, vale a pena ver.









































