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Os problemas de Spielberg e seu gigante

Roald Dahl é um autor de livros infantis muito importante na língua inglesa, com milhões de exemplares vendidos. Mas no cinema não costuma dar certo. A exceção que confirma a regra é A Fantástica Fábrica de Chocolate. Todas as suas outras obras adaptadas para a tela grande ficaram abaixo dos 100 milhões no mundo inteiro (alguns bem abaixo).  É só relembrar: Matilda (1996), James e o Pêssego Gigante (1996), O Fantástico Sr. Raposo (2009) e Convenção das Bruxas (1990). O Bom Gigante Amigo, que estreou esta semana nos cinemas, também é baseado em um livro de Dahl, e o projeto ficou 25 anos rolando para lá e para cá (num determinado momento Robin Williams iria fazer o gigante). Até cair na mão de Steven Spielberg, que adorava o livro e achou que poderia fazer um bom filme. Estava errado.

O filme conta a história de BGA (Mark Rylance), que embora gigante, é bem diferente dos outros habitantes da Terra dos Gigantes.  Apesar de ter mais de 7 metros de altura, orelhas enormes e um olfato aguçado, ele é um cativante e acanhado bobalhão. Já os outros gigantes são duas vezes maiores, mais assustadores e conhecidos por comer seres humanos, enquanto o BGA é vegetariano. Após chegar à Terra dos Gigantes, Sofia (Ruby Barnhill), uma garotinha londrina de 10 anos, primeiro fica com medo do misterioso gigante que a trouxe para a sua caverna, mas logo percebe que o BGA é, na verdade, muito gentil e encantador. Especialmente depois que ele lhe  mostra a Terra dos Sonhos, onde é o responsável por  colher sonhos para mandar para as criancinhas.

Logo se tornam grandes amigos. Só que a presença de Sofia chama a atenção indesejada dos outros gigantes, o que é um problema. Sofia e o BGA tem que então partir para Londres para encontrar a Rainha Vitória (Penelope Wilton, de Downton Abbey) e preveni-la da precária situação do gigante. Mas é preciso primeiro convencer a rainha e sua criada, Mary (Rebecca Hall), de que gigantes de fato existem.

Esta parte envolvendo a rainha e o palácio é a melhor de todas. É para pensar por qual a razão Spielberg optou por demorar tanto para chegar lá. O roteiro é de Melissa Mathison, que também foi responsável por ET e que faleceu após as filmagens. O filme inclusive é dedicado a ela. Mas só que aqui nem ela nem o diretor estavam em seus melhores dias. O restante é longo e arrastado. Difícil imaginar que uma criança pequena consiga ficar quieta no cinema durante suas quase duas horas. E que os pais não caiam no sono diante de um roteiro tão repetitivo, especialmente no que diz respeito ao vocabulário estranho do gigante. Assisti ao filme numa versão legendada, então não consigo imaginar como foi resolvido esse problema na versão dublada.

O filme custou 140 milhões de dólares, e conseguiu nos Estados Unidos até agora, após um mês, somente 51 milhões nas bilheterias. Em sua carreira internacional, rendeu até agora o mesmo número. Ou seja, considerando que um filme tem que render aproximadamente 3 vezes o seu custo para ser considerado um sucesso, a perspectiva é bem negativa. Escrever tudo isso me deixa triste já que sou grande admiradora da carreira de Spielberg, mas dessa vez ele “perdeu a mão”. Não diverte, não emociona, não funciona. Pena!

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